Honda Crosstourer cobra R$ 79.900 por tecnologia e segue presa ao asfalto

05/02/2013 10:55

 

 

 

VFR 1200X é misto de sport-touring e aventureira, mas não tente encarar o off-road

VFR 1200X é misto de sport-touring e aventureira, mas não tente encarar o off-road

Quando a Honda Crosstourer foi apresentada como protótipo no Salão de Milão de 2010, surpreendeu aos jornalistas presentes pelo desenho diferenciado e pelo motor V4 de 1.200 cc. Parecia um sonho distante, mas um ano depois a Honda confirmou o conceito como modelo real.

Desde dezembro, a Honda Crosstourer, da família VFR 1200 com o devido X (de cross, em inglês) no final da nomenclatura, está à venda no Brasil. Entretanto, ainda parece um protótipo futurista. Suas linhas repletas de ângulos retos são marcadas pelo conjunto óptico e pelo para-lama protuberante.

O modelo impressiona pelo porte imponente e, é claro, pelo seu propulsor de quatro cilindros em V. Sem falar na ausência do manete de embreagem e do pedal de câmbio -- disposta a entrar no segmento bigtrail com uma nova receita, a Honda equipou a Crosstourer com o câmbio automatizado de embreagem dupla (DCT, do inglês Dual Clutch Transmission).

Assim como na VFR 1200F, a Honda optou por importar para o Brasil apenas o modelo com este câmbio DCT, com preço de R$ 79.900.

CONTROLADA
Não à toa, a Crosstourer recebeu a nomenclatura VFR 1200X: o modelo compartilha diversas soluções com sua "irmã" sport-touring VFR 1200F. A começar pelo motor de quatro cilindros em V com 1.236,7 cm³ de capacidade, mas amansado. Diversas mudanças que vão do duto de admissão ao ângulo das válvulas e a saída do escapamento diminuíram a potência e o torque.

Pela proposta da Crosstourer, a potência máxima foi reduzida de 172,7 cavalos para 129,2 cv a uma rotação mais baixa: 7.750 rpm (contra os 10.000 rpm da 1200F). O torque menor -- de 12,8 kgfm a 6.500 rpm (em vez de de 13,2 kgfm a 8.750 rpm) -- agora está disponível desde 1.500, 2.000 giros. Com isso, acelerações mais vigorosas exigem rotações menores e o motociclista não terá de controlar tanta cavalaria em uma incursão por estradas de terra.

Para isso, o modelo traz outra novidade eletrônica: o primeiro controle de tração em uma moto de série da Honda. Seu funcionamento monitora a velocidade das rodas e atua caso detecte alguma derrapagem na roda traseira. Outro item de segurança são os freios Combined-ABS.

CÂMBIO MELHORADO
Depois do torcudo e suave motor V4, o grande destaque da Crosstourer vai mesmo para o câmbio DCT. Já em sua terceira geração, com algumas melhorias, seu funcionamento é irrepreensível: trocas de marchas silenciosas, sempre na hora certa. Afinal, a central eletrônica, com a ajuda das duas embreagens -- uma para as marchas pares e outra para as ímpares -- é capaz de agir em microssegundos, mais rápido do que qualquer ser humano.

Aqui vale relembrar como funciona o câmbio DCT. No modo automático, há a posição D (Drive), feito para uma troca de marchas mais suaves e em rotações mais baixas, e a S (Sport) que, como o nome já diz, efetua trocas em giros mais altos e propicia uma pilotagem mais esportiva. Existe também a possibilidade de se optar por uma troca manual de marchas, feita por meio de botões no punho esquerdo.

Nesta nova configuração, o câmbio DCT ficou mais inteligente: no modo D ou S você pode reduzir ou subir a marcha nos botões sem que o câmbio vá para o modo manual -- antes, se você apertasse os botões das marchas, ele entrava prontamente no modo manual. Outra melhoria foi que o modo Drive conta com um mapa mais adaptável ao piloto: basta torcer o cabo do acelerador com vontade para que ele reduza uma ou duas marchas para subir de giros e realizar, por exemplo, uma ultrapassagem.

No modo Sport, por exemplo, as marchas são trocadas no limite da rotação e chega-se a quase 200 km/h em quinta marcha -- já que a sexta funciona como overdrive. Vale destacar a estabilidade do conjunto em altas velocidades, sem oscilações, firme. De acordo com sua herança sport-touring.

Os mais puristas podem chiar e dizer que sentem falta de trocar de marcha, mas rodar com o câmbio DCT é divertido. Não apenas pelo seu funcionamento irrepreensível, mas por não ter de se preocupar se a marcha está adequada para a situação e rotação do motor. Assim, o motociclista fica mais à vontade para curtir a paisagem, a estrada, ou mesmo se concentrar na trajetória mais segura para contornar uma curva.

 

Fonte:

https://carros.uol.com.br/motos/noticias/redacao/2013/02/01/honda-crosstourer-cobra-r-79900-por-tecnologia-e-segue-presa-ao-asfalto.htm